No mesmo dia em que anunciou a demissão de quase dois mil funcionários públicos, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, do Solidariedade, voltou atrás da decisão. As demissões aconteceram dois dias depois do prefeito não conseguir a reeleição. Com 3,14% dos votos, ele ficou em penúltimo lugar na disputa.
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A decisão foi publicada no Diário Oficial do município junto com a lista dos nomes de quase dois mil funcionários públicos em cargos comissionados que foram exonerados.
Em nota, a prefeitura disse que as demissões faziam parte de uma reorganização da máquina pública para garantir o cumprimento das metas fiscais e manter a saúde financeira até o fim do ano. Diz ainda que eventuais nomeações poderiam acontecer caso houvesse necessidade.
Horas depois, em um novo decreto, o prefeito voltou atrás das demissões. “A administração segue comprometida com o equilíbrio fiscal e a saúde financeira do município, mantendo sua atenção às metas estabelecidas para o final da gestão”, afirmou a prefeitura em nova nota.
A decisão inicial, porém, já tinha provocado reflexos no serviço público. O cachorro de Tharleane Lima Strutz não come desde domingo. Preocupada, ela foi buscar atendimento no Hospital Público Veterinário de Goiânia Com 30 funcionários a menos, por causa das demissões, teve que ir embora.
“Estava uma fila muito grande, foi suspenso o atendimento. Inclusive eu vi dois cachorros chegarem a óbito. Eu fui pra casa, retornei de novo e agora eles vão conseguir fazer o atendimento”, conta a tutora.
Alguns servidores exonerados decidiram trabalhar de forma voluntária.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do município criticou os transtornos provocados para a população. “Nós estavamos com 18 corpos aguardando pra serem velados e sepultados, cria toda uma preocupação no município de Goiânia que poderia ser evitada”, afirma Ronaldo Gonzaga dos Santos.
