A Farra do INSS ganhou novos desdobramentos. A Polícia Federal (PF) apura uma possível conexão entre os descontos indevidos em aposentadorias e empresas que atuam no mercado de crédito consignado. Segundo as investigações, as entidades envolvidas no esquema bilionário podem ter se aliado a correspondentes bancários para ampliar a base de aposentados filiados e lucrar com mensalidades descontadas diretamente dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
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Quebras de sigilo bancário revelaram que três entidades — Ambec, Unabrasil (antiga Unsbras) e Cebap — transferiram mais de R$ 15 milhões a empresas que operam empréstimos consignados. Os pagamentos chamaram a atenção da PF, que agora foca na relação dessas entidades com empresas sob suspeita de práticas irregulares.
PF mira elo entre farra do INSS e consignados
Essas organizações têm ligação direta com o empresário Maurício Camisotti, apontado como beneficiário final dos recursos oriundos dos descontos. Segundo documentos obtidos pela PF, empresas como HKM e Balcão das Oportunidades foram contratadas para oferecer empréstimos a aposentados — mas, simultaneamente, promoviam a filiação automática a sindicatos e associações.
Além disso, os contratos investigados indicam que essas empresas lucravam com cada novo filiado. Por exemplo, a HKM, do empresário Herbert Kirstersson Menocchi, ex-gerente do BMG, ficava com a primeira mensalidade e mais 30% das seguintes.
A Ambec repassou sozinha R$ 5 milhões ao Balcão das Oportunidades, que também mantém contratos milionários com a Cebap. Paralelamente, a PF identificou movimentações de mais de R$ 320 milhões da associação Amar Brasil, parte delas também destinadas a empresas de crédito consignado.
