Os médicos da rede municipal de Natal decidiram paralisar os atendimentos na próxima terça-feira (15), em protesto contra as condições precárias de trabalho nas unidades de saúde e a estagnação das negociações salariais com a Prefeitura. A decisão foi tomada em assembleia realizada na noite da segunda-feira (9), na sede do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed RN).
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Durante a reunião, os profissionais relataram diversos problemas enfrentados nas unidades de saúde da capital potiguar. Entre eles, a situação crítica da rede de saúde mental, falta de medicamentos, superlotação nas UPAs, equipamentos deteriorados e estrutura física precária. Em um dos relatos mais graves, gestantes precisam descer escadas em macas por falta de elevador em funcionamento na maternidade.
Segundo o Sinmed, visitas técnicas comprovaram as condições insalubres em unidades como o Hospital dos Pescadores e a Policlínica Zeca Passos. “Não há condições dignas de atendimento”, disse o sindicato.
No campo das negociações salariais, os médicos criticam o silêncio da gestão municipal. Embora outras categorias tenham recebido reajustes, a proposta dos médicos — focada no descongelamento das gratificações paradas há mais de sete anos — não teve retorno. A última reunião com o secretário municipal de Saúde, Geraldo Pinho, aconteceu em maio.
“Esperamos até o fim do ciclo junino, como nos foi pedido. Mas até agora, em julho, não houve sequer uma resposta aos nossos ofícios”, afirmou o presidente do Sinmed RN, Geraldo Ferreira.
A paralisação está marcada para começar às 8h da terça-feira (15), com concentração na sede do sindicato, localizada na Rua Apodi, 244, no bairro Cidade Alta. Em seguida, os médicos realizarão uma carreata pelas ruas do centro, com paradas em frente à Prefeitura e à Secretaria Municipal de Saúde.
