O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que o policial matou marceneiro com intenção e, por isso, responderá por homicídio doloso A decisão saiu no sábado (12), após o Ministério Público pedir a reclassificação do caso de homicídio culposo para doloso. O agente Fábio Anderson Pereira de Almeida atirou em Guilherme Dias Ferreira, de 26 anos, em Parelheiros, na zona sul da capital, no dia 4 de julho.
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O caso ganhou destaque por envolver mais uma vítima negra assassinada durante uma abordagem mal conduzida. Guilherme trabalhava como marceneiro e corria para pegar o ônibus após o expediente. Apesar disso, o policial o confundiu com um criminoso que teria tentado roubar sua moto.
Policial matou marceneiro que saía do trabalho
Imagens de câmeras de segurança mostraram que Guilherme havia saído do trabalho minutos antes de ser alvejado. Além disso, a mochila da vítima continha marmita, celular e talheres — tudo o que um trabalhador comum carrega.
Logo em seguida, colegas de trabalho chegaram ao local e confirmaram que ele era funcionário de uma empresa da região. Como resultado, os investigadores descartaram a hipótese de legítima defesa.
O Ministério dos Direitos Humanos divulgou nota em repúdio. “Mais uma vida negra foi perdida por ação de quem deveria proteger”, diz o texto. Em contraste, o policial não prestou socorro e foi preso em flagrante.
Na sequência, o ministro do STF Gilmar Mendes criticou duramente o caso. Ele citou também a morte de outro jovem em Paraisópolis, classificando os episódios como sintomas de uma crise na segurança pública.
Por outro lado, o governador Tarcísio de Freitas declarou que irregularidades não serão toleradas e que todo agente deve agir dentro da lei.
