Na abertura do segundo semestre do ano judiciário, nesta sexta-feira (1º), o ministro Alexandre de Moraes fez um duro pronunciamento no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando uma “organização criminosa” de agir contra o Brasil com apoio de autoridades estrangeiras. Segundo o ministro, o grupo estaria tentando coagir a Corte a interromper ações penais relacionadas aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
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De acordo com Moraes, os integrantes dessa organização — alguns foragidos no exterior — estariam atuando de maneira “covarde e traiçoeira”, inclusive negociando sanções econômicas contra o Brasil com representantes de outros países. Ele citou como exemplo a imposição de tarifas de até 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o que, segundo ele, resultará em prejuízos econômicos e risco de desemprego em larga escala.
“É uma verdadeira traição à pátria, uma traição covarde e traiçoeira. Há fartasprovas nas investigações comprovando essas condutas ilícitas. Não só induzimento, instigação e auxílio. Na tentativa de submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de um outro Estado, ao Estado estrangeiro, com clara afronta à soberania nacional, mas também fartas provas demonstrando auxílio na negociação espúria, vil, traiçoeira com autoridades estrangeiras para que se pratique atos hostis a economia do Brasil”, afirmou Moraes. Ele também denunciou ameaças diretas a presidentes da Câmara e do Senado, condicionando o fim das tarifas à aprovação de medidas de interesse do grupo investigado.
Durante o discurso, o ministro reiterou que o Supremo continuará atuando com independência e dentro da legalidade, julgando os responsáveis com base no devido processo legal. “O STF não se acovardará. Não aceitaremos coações, obstruções ou tentativas de golpe”, disse Moraes, ao citar que mais de 700 pessoas já foram condenadas pelas ações antidemocráticas de janeiro de 2023.
A sessão também marcou o reforço da defesa da soberania nacional e da independência do Judiciário diante de pressões externas. Moraes encerrou reafirmando o compromisso da Corte com a democracia e o Estado de Direito.
