“Além de a taxa de participação das pessoas com deficiência ser bem menor do que a de pessoas sem deficiência, elas têm uma taxa de desocupação maior, que indica uma maior dificuldade em conseguir emprego. Isso pode ser causado por falta de acessibilidade da sua casa até o trabalho”, diz Leonardo Athias, analista do IBGE.
A taxa de desocupação era maior para pessoas com deficiência, com 10,3% delas. Pessoas sem deficiência, 9,0%.
Apenas 34,3% dos trabalhadores com deficiência têm vínculo formal
A taxa de formalização indica a forma de inserção no mercado de trabalho. Enquanto mais da metade (50,9%) das pessoas sem deficiência ocupadas estava empregada em postos formais, esse indicador era de 34,3% entre aqueles com deficiência. As pessoas com mais de uma deficiência tiveram um percentual ainda menor: 27,3%.
Em 2019, as pessoas com deficiência recebiam, em média, R$ 1.639 mensais como rendimento do trabalho. Isso representa cerca de dois terços dos rendimentos das pessoas sem deficiência, que recebiam uma média de R$ 2.619 por mês naquele ano.
“A menor remuneração das pessoas com deficiência aparece em todos os grupos de atividades, mas também há o efeito de elas estarem mais concentradas em atividades com menor rendimento. Essa diversidade de situações mostra a necessidade de políticas adaptadas”, analisa Leonardo.
Cerca de um quarto dos idosos tinha algum tipo de deficiência em 2019
A edição 2019 da PNS identificou que 8,4% da população do país com dois anos ou mais de idade tinham algum tipo de deficiência. A maior proporção foi observada no Nordeste (9,9%), e a menor, no Centro-Oeste (7,1%). Entre as unidades da Federação, as maiores concentrações de pessoas com deficiência estavam em Sergipe (12,3%) e na Paraíba (10,7%), enquanto as menores estavam no Distrito Federal (5,2%), seguido por Mato Grosso (5,6%).
A pesquisa também constatou que a deficiência se concentra na população mais idosa: 24,8% das pessoas com 60 anos ou mais tinham alguma deficiência, enquanto entre as pessoas de dois a 59 anos esse percentual cai para 5,1%.
Acesso a saneamento e à internet é menor entre as pessoas com deficiência
Apenas 58,2% das pessoas com deficiência tinham acesso simultâneo a serviços de esgotamento sanitário por rede coletora, pluvial ou fossa ligada à rede, água por rede geral e coleta de lixo. Entre aqueles sem deficiência, esse percentual era de 62,4%.
Cerca de 68,8% das pessoas com deficiência tinham internet em casa, enquanto para as pessoas sem deficiência essa proporção é de 86,1%.
55,0% das escolas de fundamental inicial eram adaptadas para deficiências
Dados do Censo da Educação Básica, do INEP, apontam que pouco mais da metade (55,0%) das escolas dos anos iniciais do ensino fundamental tinham infraestrutura adaptada para alunos com deficiência em 2019. Para as escolas dos anos finais do ensino fundamental, a proporção foi de 63,8% e para as de ensino médio, de 67,4%.
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