José Mauro Coelho pediu demissão da presidência da Petrobras nesta segunda-feira (20). Até então, ele estava no comando da estatal. A saída veio em meio ao aumento de pressão para que ele deixasse o cargo e que a Petrobras voltasse atrás no reajuste dos preços do diesel e da gasolina. O Planalto já se posicionava contra Coelho há quase um mês. Ele também foi alvo de ministros e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-PI).
Coelho anunciou a decisão aos conselheiros e diretores da companhia em uma reunião no início da manhã desta 2ª. O governo esperava esse gesto de José Mauro Coelho desde o dia 23 de maio, quando o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, havia indicado o secretário Caio Paes de Andrade, que faz parte da equipe do ministro Paulo Guedes. O anúncio da saída do presidente foi divulgado pela própria Petrobras. A decisão sobre quem o substituirá interinamente será definida pelo Conselho de Administração da companhia.
Caio Paes de Andrade é o indicado pelo governo para substituir José Mauro Coelho, que, se não tivesse pedido demissão, deveria deixar o cargo em pelo menos mais 30 dias — considerando o processo para que Andrade assumisse o comando
A expectativa agora é que o processo para aprovação do nome do aliado do ministro Paulo Guedes aconteça até o fim desta semana, com a convocação de uma assembleia extraordinária dos dirigentes da estatal. A avaliação no Palácio do Planalto é que assim que Caio Paes de Andrade e outros nomes indicados pelo Ministério de Minas e Energia forem confirmados não haja risco de novos reajustes nos preços dos combutíveis.
No sábado, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a criação de uma CPI para investigar os dirigentes da estatal do petróleo e gás. O presidente da Câmara, Arthur Lira, também manifestou apoio para apurar os conselheiros e fez ameaças sobre a revelação de gastos desses representantes da Petrobras. A ofensiva contra os dirigentes da empresa aumentou na semana passada depois que a companhia confirmou um novo aumento do diesel e da gasolina.
Nos últimos dois meses, a Petrobras teve duas demissões dos presidentes da estatal. Em abril, o general Joaquim Silva e Luna deixou o cargo menos de um ano depois de assumir a estatal. José Mauro Coelho foi indicado pelo então ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, que também acabou demitido por Bolsonaro.
Fonte: SBT News