Em entrevista ao portal argentino Infobae, Papa Francisco, que completa daqui a dois dias 10 anos como Papa, afirmou que está disponível para rever o celibato no seio da Igreja Católica:
Aos 86 anos de idade destaca a necessidade de nomear mais mulheres para cargos de responsabilidade no Vaticano e reconhece que “às vezes o celibato pode levar ao machismo”.
“O Conselho da Economia é composto por seis cardeais e seis leigos. Os leigos [eram] todos homens, claro. Teve de ser renovado e coloquei um homem e cinco mulheres. Em vez de colocar um vice-governador, coloquei uma vice-governadora, e ele [o governador, Fernando Berges] sente-se muito mais ajudado porque as mulheres resolvem as questões e resolvem bem”.
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Papa Franscisco há quatro anos disse que “o celibato não é um dogma de fé; é uma regra de vida que eu aprecio muito e acredito que seja um dom para a Igreja. Não sendo um dogma de fé, sempre temos a porta aberta.”
Dogmas são coisas que a Igreja considera “verdades absolutas”, pontos fundamentais e indiscutíveis de sua fé, e que, portanto, não podem ser modificados. A ressurreição de Cristo e a Santíssima Trindade, por exemplo, são “dogmas”.
Obrigatoriedade do celibato e redução de vocação:
Por volta dos séculos 3º e 4º já existiam movimentos dentro do catolicismo propondo que os religiosos deveriam praticar o celibato. Mas é no primeiro e no segundo concílios de Latrão, no século 12, que se estabeleceu a obrigatoriedade do celibato.
A Igreja Católica enfrenta há décadas uma crise de vocação. Diminuiu drasticamente o número de aspirantes a padre, e o celibato, em parte, explica isso. O celibato está também na raiz dos abusos sexuais cometidos por padres, bispos e cardeais.
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Fonte: Metrópoles