A Prefeitura de Parelhas está reunindo representantes dos pacientes que perderam o olho após cirurgias de catarata, realizadas em um mutirão no município, para decidir como será a indenização das vítimas. Em entrevista para o Jornal do Dia desta segunda-feira, o prefeito Tiago Almeida (PSDB) explicou o que a prefeitura apurou, até agora, e sobre as ações assistenciais às vítimas.
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Segundo o prefeito, foi aberta uma sindicância para apurar o mutirão de cirurgias que vitimou dez pacientes. “Ouvimos o pessoal da maternidade, vale salientar que as cirurgias foram feitas numa APAME, uma Santa Casa que existe em Parelhas, não é um hospital municipal. A gente contratou uma APAME e também a empresa, sendo realizados 48 procedimentos”, explicou.
Ainda de acordo com Tiago Almeida, dos 48 procedimentos realizados, houve problemas apenas no primeiro dia de cirurgias. Já no segundo dia de mutirão, dos 28 operados, não foi registrado nenhum tipo de problema. “Realmente houve uma quebra de protocolo por parte da maternidade e estamos esperando o Conselho Regional de Medicina se posicionar para ver se houve algum problema da questão médica. Entregamos essa sindicância ao Ministério Público do RN e estamos aguardando também a posição deles”, destacou.
Negociação com os familiares
O prefeito explicou que a prefeitura já iniciou uma negociação com os familiares das vítimas visando minimizar os problemas causados pelo mutirão.
“Tudo o que se precisou, até agora, o município arcou. Tudo o que foi gasto pelas famílias até agora – transporte, alimentação, estadia, consultas – o município está arcando com tudo isso. Em nenhum momento a gente abandonou as pessoas”, enfatizou o prefeito.
Quanto ao valor da indenização, o prefeito reeleito afirmou que a Procuradoria do município realizou um estudo de jurisprudência, chegando a um valor de R$ 50 mil para o pagamento dessas indenizações. “Como pessoa, eu acredito que o valor seja baixo, mas hoje, no DPVAT, se uma pessoa falece de acidente de moto, de quanto é a indenização que eles recebem? De R$ 13.500 para os familiares”, exemplificou.
Até o momento, duas famílias concordaram em receber a quantia oferecida pelo município. “Os que não quiserem, terão que interpelar à justiça para receber, talvez, daqui a algum tempo”, disse.
Prótese
Como se trata da perda do globo ocular, não existe uma possibilidade de “recuperação da visão”, dessa forma, a prefeitura analisa ainda, além da indenização, a oferta de próteses oculares visando diminuir o dano estético.
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