A tentativa de fuga de Bolsonaro aparece no centro da decisão que levou à prisão preventiva do ex-presidente, neste sábado (22). Conforme o ministro Alexandre de Moraes, a convocação de uma vigília nas proximidades da residência onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar poderia gerar tumulto e, ainda, criar condições para fuga do réu. Além disso, o ministro destacou que a movimentação pública poderia atrapalhar a aplicação da lei penal.
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Tentativa de fuga de Bolsonaro é destacada na decisão
Segundo Moraes, o episódio ganhou gravidade depois que o Centro de Integração de Monitoração Integrada comunicou violação no equipamento eletrônico usado por Bolsonaro. De acordo com o relatório, a tornozeleira apresentou sinais compatíveis com tentativa de rompimento, o que, eventualmente, reforçou a tese de fuga. O ministro escreveu que a confusão gerada pela manifestação convocada pelo senador Flávio Bolsonaro poderia facilitar a ação.
Além disso, a decisão determina audiência de custódia para este domingo (23), por videoconferência, na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal. O documento estabelece também atendimento médico permanente ao ex-presidente, bem como controle rígido das visitas, autorizadas apenas mediante permissão do STF, salvo advogados e equipe de saúde.
Anteriormente, o ministro recordou o caso de Alexandre Rodrigues Ramagem, condenado no mesmo processo, que deixou o país e encontra-se nos Estados Unidos. Segundo Moraes, esse episódio reforça a possibilidade de fuga coordenada entre os envolvidos.
Ainda nesta sexta-feira (21), Flávio Bolsonaro convocou vigília de orações perto da casa onde o pai cumpre prisão domiciliar. Para o STF, o gesto representou risco direto à ordem pública. Como resultado, a prisão preventiva foi decretada novamente.
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, após descumprir medidas estabelecidas pelo Supremo. Entre elas estavam a proibição de acessar embaixadas, manter contato com autoridades estrangeiras e usar redes sociais. Enfim, o processo segue em avanço, e novas decisões podem surgir nas próximas semanas.






















































