Há exatos 59 anos, nas primeiras horas do dia 1° de abril de 1964, tropas do Exército partiram de Juiz de Fora (MG) em direção ao Rio de Janeiro, deflagrando o golpe militar que abalaria o Brasil pelos próximos 21 anos. Naquele dia, o país assistiu a um intenso movimento nos meios políticos e a vacância do cargo de presidente da república.
Por pouco, as divisas do Distrito Federal não foram palco de um confronto. Uma divisão de cavalaria deixou o Mato Grosso para ocupar a capital, e um batalhão da guarda presidencial chegou a ser enviado para conter os invasores, mas a adesão ao movimento golpista foi aumentando ao longo do dia dentro do exército.
O presidente João Goulart, conhecido como Jango, enfrentava reações contrárias após discursar na Central do Brasil em março, no Rio de Janeiro. Ele prometeu reforma agrária e mais direitos trabalhistas, o que causou descontentamento em setores conservadores da sociedade brasileira. Naquele 1º de abril, Goulart chegou em Brasília no meio da tarde e ainda tentou organizar uma resistência, mas não conseguiu. Antes da meia-noite, estava com a família em um avião com destino ao Rio Grande do Sul, seu estado natal.
No Congresso Nacional, os parlamentares se reuniram em uma sessão que varou a madrugada. No dia 2 de abril, foi declarado vago o cargo de presidente da República. Dez dias depois, Jango teve seus direitos políticos cassados após a publicação do Ato Institucional número um, que praticamente eliminou a oposição no país.
A ditadura militar que se instaurou no Brasil durante as duas décadas seguintes deixou profundas marcas na sociedade brasileira. A repressão política e o cerceamento das liberdades individuais foram uma constante nesse período, e muitos brasileiros foram perseguidos, presos, torturados ou mortos por se oporem ao regime.
Um dos locais onde a repressão da ditadura se fez mais presente foi na Universidade de Brasília (UnB). Entre as vítimas está Honestino Guimarães, estudante de geologia e então presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), que desapareceu em outubro de 1973 e se tornou um símbolo da luta contra a ditadura.
Hoje, mais de meio século depois do golpe militar de 1964, o Brasil ainda lida com as consequências desse período. É importante que se olhe para o passado, aprenda com os erros e com os acertos, para que esse aprendizado possa nos permitir dar passos mais firmes no presente em direção ao futuro que queremos construir.
*Com informações da Agência Brasil