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Câmara Municipal de Natal realiza audiência pública sobre situação do Hospital Walfredo Gurgel

Foto: Elpídio Júnior

A Câmara Municipal de Natal, por iniciativa da Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social, realizou, na segunda-feira (02), uma audiência pública para debater a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), seus aspectos positivos e negativos, além de propostas para avançar rumo a uma saúde de qualidade e integral. Com foco no cenário em que se encontra o Complexo Hospitalar Monsenhor Walfredo Gurgel, a audiência contou com a participação de representantes do Governo do Estado e dos municípios que compõem a região metropolitana de Natal.

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Na semana passada, os parlamentares da Comissão de Saúde da CMN fizeram mais uma visita fiscalizatória e encontraram pacientes amontoados nos corredores aguardando por procedimentos de urgência, inclusive alguns pacientes da ortopedia cirurgiados não estavam com medicação prescrita para dores. Por outro lado, as autoridades estaduais alegaram que o complexo hospitalar passa por cinco obras, o que compromete os atendimentos. Diante dessa situação, o colegiado decidiu convidar os gestores da saúde para uma audiência a fim de obter esclarecimentos.

“Essa audiência pública, que teve como tema “SUS: uma construção coletiva”, foi proposta para distensionar o debate e colocar os atores na mesa de diálogo. Desde o início, acreditei que a gente precisava chegar neste momento, estado e municípios, com os palanques desarmados, com as bandeiras políticas baixas. O povo de Natal e do Rio Grande do Norte não quer mais saber de polarização. As pessoas querem discutir o que se pode fazer para melhorar os serviços de saúde. É isso que estamos fazendo”, pontuou o presidente da Comissão, vereador Luciano Nascimento (PSD).

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Leidiane Queiroz, secretária adjunta de Saúde do RN, explicou que a gestão do SUS é tripartite, ou seja, envolve três níveis de governo: União, estados e municípios. “Cada ente federativo pode fazer a diferença. Se algo não vai bem, acaba repercutindo no funcionamento do Walfredo Gurgel. Dito isso, precisamos investir em ações de saúde preventiva, focar no monitoramento da atenção primária, promover projetos para reduzir acidentes de trânsito, ampliar os procedimentos de média complexidade, que é aquele atendimento ambulatorial e de cirurgia de menor porte”.

Sobre o Hospital Walfredo Gurgel, ela garantiu celeridade para a conclusão das cinco obras que estão em curso na unidade. “Estamos finalizando a parte que nos compete, que é entregar o segundo andar pronto, possibilitando abrir novos leitos, receber mais pacientes e acabar com as tensões no equipamento geradas quando há algum bloqueio de sala cirúrgica e um paciente precisa de uma acomodação. A intenção é que não haja qualquer paralisação do funcionamento do hospital e a conclusão dos serviços contribuir de forma efetiva. Dos 38 leitos, temos duas grandes alas dentro de um único corredor, na qual uma delas já está bem adiantada, com mais de 20 leitos que vão estar, sim, disponíveis para a população; e uma outra ala que tem uma parte que precisa de intervenção no terceiro andar. Esperamos entregar tudo isso ainda este ano”, concluiu.

Por sua vez, o secretário de Saúde de Natal, Chilon Batista, falou que a capital potiguar já oferece sua contribuição no atendimento de saúde do Rio Grande do Norte. “A superlotação do Walfredo tem relação com a superlotação das nossas UPAs, haja vista que os hospitais não possuem leitos suficientes para podermos encaminhar os pacientes, onde realmente teriam melhores condições de tratamento. Portanto, os hospitais seriam os locais ideais para cuidar das pessoas que hoje estão nas UPAs. Outro fator importante a ser destacado é que 30% da nossa demanda é composta por pacientes de outros municípios”.

De acordo com Terezinha Rego, consultora do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS-RN), o momento socioeconômico da população brasileira é complexo e impacta diretamente no SUS. ” Desde a pandemia, muitas pessoas deixaram de pagar planos de saúde, que estão cada vez mais caros e limitados na cobertura que oferecem. Temos, também, o envelhecimento da população e, com isso, vêm as doenças crônicas. Existe ainda a questão da violência e o desafio da saúde mental. Enfim, diversos fatores contribuem para agravar os problemas enfrentados pelo sistema de saúde”.

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