Um homem é preso por stalking no município de Quixadá, no interior do Ceará. O caso chocou a população após a Polícia Civil revelar que o agressor, de 21 anos, criou vídeos pornográficos falsos usando inteligência artificial com a imagem de uma ex-professora de 42 anos. A prisão ocorreu na última quinta-feira (26), logo após a vítima formalizar denúncia na delegacia regional da cidade.
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Desde já, a investigação apontou que o rapaz ia diariamente ao local de trabalho da mulher e tentava abordá-la também em sua residência. A insistência nos contatos caracterizava perseguição contínua. Conforme o depoimento da vítima, o comportamento do ex-aluno tornava-se cada vez mais invasivo e ameaçador.
Dessa forma, os policiais passaram a monitorar os deslocamentos do suspeito. Como resultado, eles o detiveram em flagrante quando ele tentava mais uma aproximação. O delegado responsável o enquadrou no crime de perseguição, tipificado como stalking no Código Penal.
Inteligência artificial foi usada nos vídeos falsos
Além da perseguição física, o investigado usou tecnologia para degradar ainda mais a imagem da vítima. Utilizando recursos de inteligência artificial, ele produziu vídeos com conteúdo sexual que incluíam imagens manipuladas da mulher. Essa conduta, além de criminosa, amplia os danos psicológicos e morais causados.
Adicionalmente, a Polícia solicitou um laudo pericial para avaliar a sanidade mental do agressor. O inquérito também vai verificar se o mesmo homem já cometeu crimes semelhantes contra outras vítimas.
Segundo o artigo 147-A do Código Penal, o stalking é caracterizado por ações repetitivas que ameaçam a liberdade ou a integridade emocional da vítima. A pena varia de seis meses a dois anos de prisão, podendo aumentar conforme agravantes, como o uso de tecnologia ou o fato de a vítima ser mulher.
Como reconhecer um caso de stalking?
Sem dúvida, saber identificar sinais de perseguição é fundamental para reagir rapidamente. Entre os indícios mais comuns estão:
Presença constante e não justificada da mesma pessoa em locais que você frequenta;
Ligações ou mensagens insistentes e indesejadas;
Sensação frequente de vigilância ou invasão de privacidade;
Medo, ansiedade ou angústia contínua provocados por essas ações.
Caso você vivencie essas situações, procure imediatamente a delegacia mais próxima e registre boletim de ocorrência. Em emergências, ligue para o número 190. Levar provas, como mensagens, vídeos ou testemunhos, fortalece a denúncia.
