A Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed-RN) lançou uma campanha contra a violência aos médicos no ambiente de trabalho. A Cooperativa elaborou uma pesquisa junto aos cooperados no mês de julho e a partir daí criou a Campanha “Respeitar o Médico é valorizar a vida” – Basta de violência contra os profissionais da saúde.
A pesquisa foi realizada pelo formulário do Google com a participação de profissionais entre 25 a 71 anos, do sexo masculino e feminino. Dados da pesquisa apontaram que 69% dos entrevistados já foram agredidos e 51,4 % por acompanhantes e 37,1 % por pacientes, mas o que chama a atenção é que 58,8% das agressões ocorrem em mulheres médicas. Outro ponto que precisa de atenção é que 83,8% dos entrevistados não tomaram nenhuma medida jurídica após as agressões.
Só em 2022, a assessoria jurídica da cooperativa já foi acionada 13 vezes para acompanhar e orientar os médicos sobre as medidas cabíveis junto à justiça. Além do estado físico, o emocional fica abalado. De acordo com assessora jurídica, Catarina Sousa, é comum o relato dos médicos que não querem mais voltar a escala do local onde ocorreu o crime de agressão. “A mãe de uma médica agredida entrou em contato comigo e disse que a filha não iria voltar ao local por ter medo de que algo aconteça novamente”, revela.
Para o diretor médico da Coopmed, Luiz Eduardo Barbalho, esta Campanha é um ganho para categoria e um serviço para sociedade, que é a maior prejudicada quando um médico é agredido. “O médico, vítima de agressão, muitas vezes não deseja voltar ao local do trabalho, desta forma, aquela unidade hospitalar deixa de oferecer um atendimento de determinado especialista”, explica.
De acordo com o médico Luiz Eduardo, uma consulta precisa ser feita com tranquilidade para que a consulta seja realizada de forma correta, o médico precisa conversar com o paciente entender suas queixas e sintomas, e realizar o exame clínico para que chegue a um diagnóstico.
As agressões aos médicos tem aumentado em virtude da grande demanda de atendimentos que a pandemia da covid-19 gerou. Segundo a Coopmed, a campanha tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a necessidade do tempo de atendimento, e que as agressões são infrações penais previstas no Artigo 21 do Decreto de Lei 3.688/41, que ameaça a integridade física através da praia de atos de ataque ou violência contra pessoa, desta forma os agressores podem ser penalizados com detenção de 3 meses a 1 ano.