A cada três mulheres vítimas de violência por arma de fogo, uma já havia registrado queixa por agressão. Essa é a conclusão da pesquisa Pela Vida das Mulheres: o papel da arma de fogo na violência baseada gênero, divulgada pelo Instituto Sou da Paz, neste sábado (8).
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O estudo utilizou dados do sistema público de saúde, que atendeu 4.395 casos não letais de mulheres atingidas por tiros, no Brasil. O número representa um aumento de 23% em relação a 2022.
Das vítimas, 64% eram negras. Os autores dos crimes são, sobretudo, pessoas próximas da mulher, como familiares, ex-companheiros ou amigos.
- 27% dos casos há a suspeita que o agressor consumiu álcool.
- 31% dos crimes ocorreram em residência e 48% em bares.
Para a diretora-executiva do Instituto, Carolina Ricardo, o aumento dos atendimentos por arma de fogo indica um crescimento gradual de casos ainda mais graves
“São casos que chegam para atendimento no sistema de saúde em um macro contexto de aumento da circulação de armas na sociedade brasileira”, explica Carolina.
Histórias que terminaram em morte
Entre as histórias levantadas pelo Instituto estão a de Jenifer Carvalho Paes, de 19 anos, Erika Ferreira, de 33, e Tainara Kellen, 26.
- Jenifer foi assassinada pelo companheiro, Gabriel Oliveira Leal, na Rocinha, Rio de Janeiro. Ela havia denunciada agressão duas semanas antes de sofrer os disparos, em agosto de 2023;
- Erika Ferreira foi morta pelo marido e policial Thiago Cesar de Lima, em São Paulo. Em um discussão, o homem disparou contra ela. A vítima havia denunciado que ele chegou a apontar um revólver para ela um mês antes da morte.
- Tainara Kellen deixou uma menina de 5 anos. Ela foi morta pelo ex-marido Wesly Denny, que disparou 16 vezes. Ele tinha diversas passagens de violência doméstica.
SBT News
