O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou, na quinta-feira (17), um documento técnico sobre o apagão que atingiu 25 estados e o Distrito Federal, na última terça-feira (15). Segundo avaliação, houve a interrupção de 19 mil megawatts (MW), o correspondente a 27% da carga total do sistema de energia do país.
De acordo com a avaliação inicial do ONS, um evento dessa natureza, de forma isolada, “não é suficiente para ocasionar a perturbação observada” na 3ª. Ainda segundo o Informe Preliminar de Interrupção de Energia, a atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), uma proteção automática do Sistema Interligado Nacional (SIN) para minimizar os danos, foi correta.
O ERAC entrou em ação após o desligamento da linha de transmissão LT 500 kV Quixadá-Fortaleza II, da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que é uma subsidiária da Eletrobras no Ceará. Uma “atuação incorreta” no sistema de proteção da linha, que operava dentro dos limites, ocasionou o seu desligamento. Foi por causa dessa proteção do sistema que o apagão também aconteceu no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.
Também por causa do ERAC, segundo o Informe, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste tiveram suas cargas recompostas menos de uma hora após a interrupção. Já nas regiões Norte e Nordeste, a energia elétrica só foi completamente restabelecida às 14h49 da tarde.
O Ministério de Minas e Energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e agentes de geração, transmissão e distribuição, devem se reunir na próxima sexta-feira (25) para avaliar as informações consolidadas enviadas para a elaboração do documento. Uma segunda rodada já está previamente marcada para 1º de setembro e o Relatório de Análise de Perturbação (RAP) deve ser concluído em até 45 dias úteis.
O documento terá detalhes da ocorrência, incluindo a causa raiz que sucedeu ao desligamento da linha de transmissão, a sequência de eventos, o desempenho das proteções, dentre outros fatores como as recomendações e providências.
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