O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta quarta-feira (18) o sigilo do relatório da Polícia Federal sobre o caso da Abin paralela. O documento investiga o uso da Agência Brasileira de Inteligência para fins políticos por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Segundo Moraes, a medida foi necessária devido aos vazamentos seletivos que geraram matérias “confusas e contraditórias”. Ele determinou a divulgação integral do relatório, preservando apenas as petições anexas que tratam de dados bancários e fiscais.
A Polícia Federal indiciou 36 pessoas envolvidas, entre elas Carlos Bolsonaro, Alexandre Ramagem e Luiz Fernando Corrêa. O relatório aponta que o ex-presidente tinha conhecimento do esquema e se beneficiou diretamente, embora não tenha sido indiciado por já responder em outra ação penal no STF.
O relatório da PF sobre a Abin paralela possui 1.125 páginas e foi encaminhado ao Supremo. A investigação revela que o grupo usou a estrutura da inteligência do Estado para monitorar adversários políticos e jornalistas, de forma clandestina e sem autorização judicial.
Além disso, a PF destacou que novas diligências seguem em curso e que a Controladoria-Geral da União (CGU) ainda analisa materiais que podem gerar um relatório complementar.
